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Não é moda, é cultura.

sexta-feira, 17 de julho de 2015




Queria começar o post falando que as tranças rastafari não são moda, as tranças são cultura, identidade, tem toda uma historia de luta e força por trás delas, revistas de moda falam que as tranças são a nova tendencia, sem saber elas que as tranças carregam tanta força, tanta luta, tanto amor. Então acho de extrema importância que vocês leiam esse pequeno texto feito pela blogueira Rosane Libano. Boa leitura.  
Um pouco da história das tranças africanas...
A herança das tranças foi trazida pelos escravos de diversos paises do continente africano, as tranças eram bem mais que um “simples adorno para as cabeças, as formas de trançar os cabelos tinham vários significados: podiam indicar status social e até sinalizar que a pessoa em questão estava interessada em se casar.”
Antes de haver escrita, as mulheres mais velhas trançava suas filhas, netas e parentes, neste momento passavam o conhecimento por meio de tradição oral. 
        Devido tantos anos de escravidão no Brasil, os descendentes de africanos não obtiveram real reconhecimento da sociedade de sua cultura e costume, mesmo com o fim da escravatura. ficaram a margem. Todavia priorizavam padrões europeus já existentes na época, não levando em conta que somos um país de diversidades culturais, onde negros, brancos e índios juntos formaram nosso país. Assim ouvimos comentários pejorativos a dizer que: “cabelo bom é cabelo liso”, “nariz fino é mais bonito”, “ser magra é bem mais elegante do que ser gorda”. Isto causa um problema na auto-estima da mulher (negra), pois o homem consegue cortar o cabelo e ser bem aceito, e as mulheres se usam seus cabelos naturais (crespo) acredita-se que precisam alisar ou usar perucas (apliques, implantes qualquer subterfúgio para não usar seus cabelos natural) e os classificam de muito “duro”. Precisamos entender que “duro” e uma pedra, um pedaço de madeira ou qualquer outro material que venha ser de difícil remoção, porém o cabelo do negro é crespo, isto define sua identidade. É preciso uma valorização cultural negra, pois muitos não observam que a mídia em geral vem o tempo todo ditar o que devem ou não fazer, vestir ou passar nos cabelos. Não venho afirmar que não devemos relaxar ou alisar os cabelos, mas sim que este ato não pode ser algo imposto que venha tirar suas identidade e ideologias de resistência contra esta conformidade e aceitação de que nos é imposta em relação à cultura e estética européia. Podemos observar milhares de adolescentes, jovens adultos até crianças que deixam de comer para ficar com a aparência física de uma modelo ou atriz de novela, tentando mudar o que é imutável: seu biótipo.
Ao longo da história podemos constatar uma busca de aceitação e valorização da identidade negra. Na segunda metade do século XX com o surgimento do MNU (Movimento Negro Unificado) em 1979 o qual buscou uma constituição contra o preconceito racial, através de muita luta e protesto entrou em vigência a Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, chamada  “Lei Cão” e  passa a ser  crime qualquer ato discriminatório em nosso  país, assim  o MNU com intuito de resgatar a tradição cultural por muitos rejeitada, vem através das tranças mobilizar seus militantes  com um grito de resistência e afirmação da  identidade negra e  combate contra o preconceito racial e cultural.


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